Ex-presidente também fez críticas ao PT e ao próprio partido: ‘O PSDB, se quiser ter futuro, precisa se repensar’
O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso (Paulo Vitale/VEJA)
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez críticas ao Partido dos Trabalhadores, ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e também ao próprio partido, que, segundo ele, precisa “repensar” e “reconstruir a casa”, se quiser ter um futuro. Em uma longa entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o ex-presidente analisou o atual cenário eleitoral e ponderou sobre a polarização que tomou o Brasil.
“Não creio que seja por influência do que ele [Bolsonaro] diz ou pensa que votam nele. O voto é anti-PT. O eleitorado parece estar contra o PT. No olhar de uma boa parte dele, o PT é responsável pelo que aconteceu no Brasil, na economia, cumplicidade com a corrupção e etc” diz. Ao ser questionado sobre suas opiniões em relação ao candidato do PSL, FHC reforça: “Bolsonaro representa tudo que não gosto. É possível que a maioria dos líderes do PSDB seja pró-Bolsonaro, mas não é o meu caso.”
Sobre Fernando Haddad (PT), oponente de Bolsonaro nas urnas no segundo turno, FHC tem críticas, mas se mostra aberto ao diálogo. “Como pessoa é uma coisa, como partido é outra. A proposta que o PT representa não mudou nada”, diz. “Quero ouvir primeiro. Não sei o que vão fazer com o Brasil. O Bolsonaro pelas razões políticas está excluído. O outro eu quero ver o que vai dizer”, diz.
Apesar da fala amigável, o ex-presidente garante que a porta não está totalmente aberta para Haddad. “O outro [Bolsonaro] não tem porta. Um tem um muro, o outro uma porta. Figura por figura, eu me dou com Haddad. Nunca vi o Bolsonaro”, diz, antes de garantir que não possui relações pessoais e cordiais com o candidato do PT.
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