Mercy* é uma mulher de 22 anos,
do estado de Borno, no nordeste da Nigéria. Ela foi sequestrada em
junho de 2014, quando os terroristas do Boko Haram invadiram a pequena
cidade de Gwoza onde ela morava. Essa é a primeira vez que Mercy fala
sobre as cinco semanas que permaneceu em cativeiro, onde foi forçada a
se casar, a assistir a assassinatos e a se converter ao Islã.
“Todo mundo na cidade correu para se
salvar. Meu pai e eu fomos separados. Eu não sei o que aconteceu com
ele. Eu acho que ele morreu da mesma maneira que muitos outros morreram,
porque eles se recusaram a negar a Cristo. Eu e outras quatro mulheres
fomos levadas sob ameaças de espancamento, caso não obedecêssemos às
ordens”, relata Mercy.
“Meu primeiro dia foi um inferno, eu
chorava muito, mas também orava pedindo a Deus para me dar coragem.
Fomos interrogadas, eles nos convidaram a nos tornarmos muçulmanas. As
mulheres aceitaram imediatamente e se casaram com membros do Boko Haram.
Eu implorei dizendo ser cristã, então apanhei muito e me forçaram a
casar com um deles. Participei de ensinamentos islâmicos e orações.
Também fui torturada. Vi muitos cristãos sendo mortos, mas não negaram a
sua fé. Posso dizer que vi o cumprimento de muitas coisas que li na
Bíblia. Graças a Deus fui resgatada após uma campanha do governo e mesmo
vivendo entre ruínas agora, sou grata a Jesus por estar viva e livre”,
declarou a cristã.
* Nome alterado por motivos de segurança.
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