A Coreia do Norte anunciou nesta
quarta-feira (6) que realizou com sucesso o primeiro teste com uma bomba
nuclear de hidrogênio, muito mais potente que a atômica, em uma
demonstração de que o regime prossegue com o programa nuclear, apesar da
proibição da comunidade internacional. O anúncio foi recebido com
grande ceticismo por especialistas e por condenações imediatas em todo o
planeta. A Coreia do Sul condenou “com força” o teste. O
primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, citou um “grande desafio” e o
governo dos Estados Unidos prometeu uma reação apropriada às
“provocações” norte-coreanas. A China, principal aliado da Coreia do
Norte, também condenou o teste nuclear, realizado “apesar da oposição da
comunidade internacional”.
O Conselho de Segurança da ONU realizará
na manhã desta quarta-feira uma reunião de emergência após o anúncio de
Pyongyang. A reunião, durante a qual acontecerão consultas a portas
fechadas entre os quinze membros do Conselho, foi solicitada por Estados
Unidos e Japão, afirmou o porta-voz da missão americana na ONU, Hagar
Chemali. O anúncio do teste de uma bomba H foi uma surpresa. Pyongyang
afirmou que foi ordenado pessoalmente pelo ditador norte-coreano Kim
Jong-un dois dias antes de seu aniversário.
‘Miniatura’
“Após o pleno sucesso da nossa bomba H
histórica, nos juntamos ao grupo dos Estados nucleares avançados”, disse
o apresentador da TV estatal norte-coreana, precisando que o teste
envolveu um dispositivo em “miniatura”. Uma bomba de hidrogênio, ou
termonuclear, utiliza a técnica da fusão nuclear e produz uma explosão
muito mais potente que a da chamada bomba atômica, que utiliza a fissão
nuclear, gerada apenas por urânio ou plutônio. Pyongyang testou em três
oportunidades a bomba atômica A, que utiliza a fissão nuclear, em 2006,
2009 e 2013. Os testes resultaram em várias sanções internacionais.
Kim Jong-un deu a entender no mês
passado, em uma inspeção a uma unidade militar, que seu país havia
concluído a montagem de uma bomba de hidrogênio, uma declaração que
provocou muitas dúvidas entre os especialistas internacionais. O
ceticismo não foi menor nesta quarta-feira. “Esta arma tinha
provavelmente a dimensão da bomba americana de Hiroshima, mas não era
uma bomba de hidrogênio. Se trata de fissão”, afirmou à BBC Bruce
Bennett, analista e especialista em defesa da Rand Corporation. “A
explosão que teriam obtido seria no mínimo dez vezes superior ao que
conseguiram”, completou.
As primeiras suspeitas sobre um novo
teste norte-coreano foram formuladas por sismólogos que detectaram um
tremor de 5,1 graus de magnitude perto da principal zona de testes
nucleares da Coreia do Norte, no nordeste do país. A organização
responsável pela aplicação do Tratado de Proibição Completa de Testes
Nucleares, com sede em Viena, afirmou ter detectado uma atividade
sísmica “incomum” na Coreia do Norte.
Fonte: Verdade Gospel/Veja
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