Em memória do atentado de 7 de janeiro
do ano passado, o semanário satírico francês “Charlie Hebdo” publicará
nesta quarta-feira (6) um número especial, que trará na capa a charge de
um deus barbudo, com um Kalashnikov e com a veste ensanguentada. O
título: “1 ano depois, o assassino ainda corre”.
O cartunista Riss, atual diretor do
veículo, gravemente ferido no atentado, assina um editorial com uma
ferrenha defesa da laicidade e denuncia os “fanáticos alienados pelo
Alcorão” e “devotos de outras religiões” que queriam a morte da
publicação por “ousar rir do religioso”.
“As convicções dos ateus e dos laicos podem mover mais montanhas do que a fé dos crentes”, escreve.
O número terá uma tiragem de quase um milhão de exemplares, e vários deles serão enviados para diferentes países.
A edição contará com um caderno de
charges das vítimas – Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous,
cartunistas mortos em 7 de janeiro por dois radicais, assim como de
outros profissionais, além de mensagens de apoio de várias
personalidades.
O atentado deixou 12 mortos.
Entre os colaboradores externos, estão a
ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin; atrizes, como Isabelle
Adjani, Charlotte Gainsbourg e Juliette Binoche; intelectuais, como
Élisabeth Badinter, a bengalesa Taslima Nasreen e o americano Russell
Banks; e o músico Ibrahim Maalouf.
Hoje, o semanário tem tiragem de cerca
de 100.000 exemplares em bancas e, destes, pelo menos 10.000 são
distribuídos no exterior. A revista conta com 183.000 assinantes.
Fonte: G1
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