sábado, 25 de fevereiro de 2017

Quatorze países se comprometem a doar US$ 672 milhões a vítimas do Boko Haram

Conferência em Oslo foi marcada por ausência dos Estados Unidos entre países doadores. ONU diz ser necessário US$ 1,5 bilhão em ajuda em 2017 para região do lago Chade

Quatorze países se comprometem a doar US$ 672 milhões a vítimas do Boko Haram

Uma conferência de doadores para as vítimas do grupo extremista islâmico Boko Haram na Nigéria e países vizinhos do lago Chade terminou em Oslo nesta sexta-feira (24) com promessas de doações que somam US$ 672 milhões, anunciou a Noruega. A reunião foi marcada pela ausência dos Estados Unidos entre os países participantes.
O montante, resultado de uma promessa de três anos, é destinado a uma região onde a ONU diz que 10,7 milhões de pessoas precisam de ajuda de emergência. Quatorze países se comprometeram com a ajuda, desembolsando já este ano US$ 457 milhões.
Os Estados Unidos, que mudou de presidente em janeiro e planeja reduzir sua ajuda internacional, não propôs nenhuma quantia em Oslo. "Os EUA dizem que vão comunicar posteriormente a sua contribuição, portanto, não foi incluído" entre os doadores atuais, declarou o chanceler norueguês Børge Brende.
A ONU estima ser necessário US$ 1,5 bilhão em ajuda em 2017 para a região do lago Chade, que inclui Nigéria, Níger, Camarões e Chade. O vice-secretário-geral da ONU, Stephen O'Brien, declarou estar otimista sobre a meta anual. "Em uma manhã, arrecadamos um terço" do necessário, disse ele.
Crise humanitária
O Boko Haram pegou em armas em 2009 para criar um califado no norte da Nigéria, e para isso lança ataques indiscriminados na Nigéria, Níger, Camarões e Chade. A região mais afetada é o nordeste da Nigéria. Na quarta-feira (22), pelo menos sete soldados foram mortos em um ataque do Boko Haram contra postos de controle do exército, de acordo com uma fonte dos serviços de segurança.
O conflito já matou 20 mil pessoas e fez mais de 2,6 milhões de deslocados. "A Nigéria e os países banhados pelo lago Chade enfrentam uma das mais longas e graves crises humanitárias do mundo", disse o ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Geoffrey Oneyama.
"Não podem cultivar a terra, os mercados cessaram suas operações, os preços dos alimentos subiram", declarou por sua vez o ministro do Desenvolvimento francês, Jean-Marie Le Guen. "A resposta internacional continua a ser insuficiente", explicou.
CPADNews

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