quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Cientista afirma que poderá ressuscitar mamute em dois anos

Cientistas de Harvard afirma que, dentro de anos, será possível usar seu experimento para "desextinguir" uma espécie de mamute que desapareceu há 4 mil anos

Recriação de imagem de família de mamutes-lanosos, animais extintos há quatro mil anos
Mamute-lanoso: cientista diz que poderá recriar animal extinto há 4 mil anos (Aunt_Spray/Thinkstock)

São Paulo – Um geneticista de Harvard, George Church, afirma que poderá reviver uma espécie de mamute extinta há 4.000 anos dentro de dois anos. A informação foi revelada pelo próprio Church na reunião anual da American Association for the Advancement of Science (AAAS), uma associação científica americana.
A ideia é criar uma combinação entre o código genético de um mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) e um elefante asiático para que seja possível “desextinguir” o animal. “Na verdade, seria como um elefante com alguns traços de mamute. Ainda não chegamos lá, mas isso pode acontecer dentro dos próximos dois anos”, afirmou Church na reunião da AAAS.
Nesse trabalho, o cientista espera usar a ferramenta de edição de genes Crispr. Ela tem sido caracterizada como uma tecnologia que permitirá edição de genes humanos, animais, vegetais entre outros. Seu uso, até agora, tem gerado polêmica por questões éticas.
No caso co mamute, a previsão é que o animal nasça com alguns traços específicos: pequenas orelhas, gordura subcutânea, pelagem longa e sangue e circulação adaptados para o frio. O projeto foi iniciado em 2015 e ainda se encontra em estágios relativamente iniciais.
No trabalho, está sendo usado DNA preservado e encontrado no Ártico. Os genes estão sendo coletados desse material. A ideia é que seja possível que o animal cresça em um útero artificial, em vez de usar uma fêmea de elefante nesse trabalho.
O mamute-lanoso viveu em regiões da Europa, Ásia e América do Norte durante a Era do Gelo. Seus descendentes mais próximos vivos hoje são os elefantes asiáticos.

Desconfiança

Apesar de ousado, o projeto despertou desconfiança em parte da comunidade científica. Um paleontologista consultado pela BBC, por exemplo, usou um termo em alta para caracterizar o projeto: “fake news” (notícia falsa).
Um texto publicado por um biólogo esclarece que a reprodução real do animal está bem longe de acontecer—Church afirma que em dois anos seria possível realizar, mas não que realizará a reprodução.
O mamute de Church não seria o primeiro animal a ser “desextinto”. A experiência já foi realizada na Espanha, em 2013, quando cientistas reproduziram um Íbex-dos-pireneus, ou Pyrenean ibex.
Apesar de ter funcionado, o animal viver apenas por poucos minutos. Os cientistas espanhóis afirmam que o trabalho pode ser levado à perfeição, mas que, neste momento, precisam de dois ingredientes raros: dinheiro e tempo.
Fonte: Revista EXAME

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