quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ONU diz que jogar comida fora tem consequências para o meio ambiente


O desperdício de alimentos não agrava apenas a fome, os prejuízos econômicos e ambientais são igualmente graves. De acordo com o relatório “Os rastros do desperdício de alimentos: impactos sobre os recursos naturais”, divulgado ontem (11) pela FAO, braço das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, um terço dos alimentos produzidos no mundo são inutilizados, ao longo da cadeia.
Os custos econômicos diretos da perda de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados por ano podem chegar a US$ 750 bilhões de dólares por ano. Isso equivale a cerca de um terço da produção mundial.

A pegada hídrica da Agricultura aumenta por conta desses alimentos jogados fora, e ela é responsável por utilizar 70% da água doce consumida no mundo . A FAO calcula que o consumo de água doce equivalente a três vezes o volume do Lago de Genebra, ampliando os danos à biodiversidade causados pelo cultivo de uma única cultura.
“Não podemos simplesmente permitir que um terço de todos os alimentos produzidos seja perdido ou desperdiçado devido a práticas inadequadas, quando 870 milhões de pessoas passam fome todos os dias”, afirmou José Graziano da Silva, Diretor-Geral da FAO. Graziano já foi ministro de  Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, entre 1º de janeiro de 2003 e 23º de janeiro de 2004, e é um dos idealizadores do Fome Zero, programa que chegou a ser colocado em prática no início do 1o governo Lula e que foi substituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), agora responsável pelas políticas nacionais de distribuição de renda, segurança alimental e assistência social no país.
Quanto mais próximo do consumo um produto alimentar se perde na cadeia, maiores são as consequências ambientais, de acordo com a FAO. A cada etapa, o custo ambiental do início da produção de comida aumenta ao incorporar custos de processamento, transporte, armazenamento e utilização.
“Todos nós, agricultores e pescadores, processadores de alimentos e supermercados, governos locais e nacionais e consumidores individuais, temos de fazer mudanças ao longo de toda a cadeia alimentar humana", afirmou Graziano. Isso é, se quisermos reduzir esse enorme desperdícioe seus impactos.

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