A atuação da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso tornou-se chantagem com a presidente Dilma Rousseff, segundo Pedro Ribeiro de Oliveira, doutor em sociologia pela Université Catholique de Louvain, da Bélgica, e professor em ciências da religião da PUC-Minas.
Para o sociólogo, a presidente tornou-se refém da bancada evangélica por causa de sua necessidade de apoio político dos parlamentares para aprovar seus projetos, e por isso, não resiste ou enfrenta os parlamentares.
Oliveira destaca ainda que as igrejas evangélicas estão ocupando um espaço que originalmente deveria ser preenchido pelos partidos políticos, que abriram mão de defender princípios e desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula passaram a se importar apenas em fazer parte do governo e obter cargos, facilitando a aparição de uma nova influência no cenário político nacional.
Na entrevista concedida ao IHU-Online o sociólogo afirma que a falta de produtividade e discussão dos partidos sobre as melhores opções para as políticas de Estado, a igreja acaba sendo o ponto de referência social: “Na ausência de um debate, a posição de pastores, padres e bispos emerge como a única”, pontua o professor.
Sobre a nomeação de Crivella para o Ministério da Pesca, o sociólogo entende que as reivindicações dos evangélicos ganharão mais força: “Crivella sempre defendeu no Senado os interesses corporativos de igrejas neopentecostais, como a regulamentação da profissão de teólogo. Alçado agora à posição de ministro, ele terá acesso mais direto à presidente para fazer suas reivindicações e assim atender a suas bases”.
Postado no site Noticias Gospel.
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