sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sérgio Moro, o superministro da Justiça de Bolsonaro

"Ministério ampliado" unirá pastas da Justiça, Segurança Pública e secretaria da Transparência e Combate à Corrupção

Sérgio Moro e Paulo Guedes

Na manhã desta quinta-feira (1/11) o presidente eleito Jair Bolsonaro teve um encontro em sua casa no Rio de Janeiro com o juiz Sérgio Moro. Após muitas especulações, ele foi confirmado como o novo Ministério da Justiça.
Em nota oficial, declarou: “Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior.”
Superpasta
A “superpasta” deverá ter poderes ampliados, absorvendo a área de Segurança Pública, mais a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, além da Controladoria Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
O presidente e sua equipe já haviam discutido com o juiz paranaense na terça-feira (30) o desenho do ministério, que voltaria a abrigar a Polícia Federal. Atualmente, a PF está subordinada ao Ministério da Segurança Pública, liderado pelo ministro Raul Jungmann.
“Moro é recado claro de moralidade. E, com a PF na Justiça, sob seu comando, é a garantia de que a Operação Lava-Jato vai continuar”, afirmou o advogado Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos principais conselheiros de Bolsonaro.
Uma das condições estabelecidas por Moro seria ter o pleno apoio do governo no Congresso para a aprovação das dez medidas contra a corrupção.
“É um homem que tem que ter o trabalho reconhecido”, afirmou Bolsonaro em entrevista recente.
Juiz de primeira instância, Sérgio Moro teve atuação reconhecida internacionalmente na condução da “Operação Lava Jato”, que revelou os esquemas de corrupção montados pelo PT e desviou bilhões dos cofres públicos.

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