Toni Reis, presidente da ABGLT, gerou polêmica ao escrever um artigo onde ele compara cristãos “fundamentalistas” com os nazistas, referindo-se a alguns parlamentares evangélicos dos quais ele não cita o nome.
Toni questiona em seu artigo por que há tanta “crítica infundada” de alguns cristãos que manifestam publicamente agressões contra os LGBT.
“Fico me perguntando por que tanto desprezo, tanto ódio, tanta agressão, tanto amedrontamento infundado dos fiéis, tanto anúncio da ‘catástrofe’ por vir que representaria a proteção jurídica dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT)”, comentou Toni em um artigo publicado na revista Carta Capital.
“Querer marginalizar segmentos da sociedade em nome de uma suposta verdade é uma prática perigosa, e também um erro no sentido original da palavra pecar (errar o alvo)”, acusa ele.
Toni ainda usa passagens bíblicas para basear seu argumento de amor ao próximo e a acepção de pessoas.
“Nestas posturas, onde está o espírito do cristianismo exemplificado e pregado pelo próprio Cristo? O que aconteceu com o mandamento pregado por ele: ‘amai-vos uns aos outros como eu vos amei’?”
“A homofobia é pecado, assim como o racismo”, disse ele. E acrescentou, “Vejam por analogia, quando Tiago relata ‘Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura. Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores’”. Ele também citou Atos: “‘Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas”.
Toni Reis diz que possui plena consciência de que é um erro generalizar sabendo que há muitas pessoas evangélicas que não seguem posturas fundamentalistas homofóbicas, mas que procuram respeitar a todos na profissão e no exercício de sua fé. Porém compara alguns cristãos aos nazistas.
”A este respeito é impossível não fazer um paralelo com o extermínio nazista de todas as pessoas que – segundo o dogma deles – também ‘não prestavam’. O resultado disso foi o holocausto. O paralelo também se espelha no seguimento incondicional, cegamente e sem senso crítico, das pregações dos líderes fundamentalistas, até se chegar ao caos irreversível, o verdadeiro inferno na terra: o holocausto no caso do regime nazista; a intolerância e barbárie no caso do islã fundamentalista, por exemplo. Seria imperdoável a religião, no caso o fundamentalismo evangélico no Brasil, errar mais uma vez”.
Vários comentários foram deixados na página onde o artigo foi publicado, com pessoas a favor de Toni e outras demonstrando opiniões diferentes. Os que não concordam com a aplicação da lei que criminaliza a homofobia, dizem que a lei poderá ser usada como repressão a opiniões diferentes da do segmento LGBT.
As acusações de Toni reacendem a desentendimento entre representantes da igreja evangélica e representantes da causa gay.
Recentemente, a mesma questão se tornou clara em um debate acalorado entre evangélicos e defensores da causa gay realizado no Superpop. Os defensores da causa gay alegam que não recebem o suporte da igreja evangélica, afirmando que não são bem vindos lá e enfatizando que há intolerância. Os evangélicos como a psicóloga Marisa Lobo, dois pastores, entre eles um ex-homossexual, por sua vez, reafirmaram que sua discordância é com relação à prática do homossexualismo, mas proclamaram o amor aos homossexuais.
O tema da homofobia é usada como bandeira dos líderes do movimento LGBT e continua a polemizar. Durante um seminário LGBT realizado em Brasília no mês de maio, o deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF) lamentou o fato de os evangélicos serem considerados “o inimigo número um da causa LGBT”. Ele, que também é pastor, explicou que o fato de o evangélico não concordar com a prática homossexual, não significa homofobia.
“Ser evangélico é respeitar e promover a tolerância”, defendeu.
Fonte: Christian Post
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