Sayeed Abdelrahim Mousavi, general que atualmente ostenta o título de Comandante-Chefe do Exército da República Islâmica do Irã, fez uma declaração ameaçadora contra Israel.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia anunciado que discutirá as ameaças constantes feitas por Teerã em seu encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, que pode revisar o acordo nuclear feito por Obama.
Trump e Netanyahu estão reunidos na Organização das Nações Unidas (ONU) para a 72ª sessão da Assembleia Geral, realizada esta semana na sede mundial, em Nova York.
Cientes de que o governo americano poderá pedir novas sanções contra o Irã, pois o país não interrompeu totalmente seu projeto de desenvolvimento de armas nucleares, Mousavi disparou: “Vamos destruir a entidade sionista [Israel] na velocidade da luz, e assim reduzir os 25 anos que ainda teriam”.
A frase é referência a uma ameaça recorrente feita pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que jurou destruir o Estado de Israel nas próximas décadas.
“Eu aviso à entidade sionista [Israel] que não faça qualquer movimento estúpido contra a República Islâmica do Irã”, ameaçou. “Qualquer ato estúpido transformará Tel Aviv e Haifa em pó”.
De acordo com a agência de notícias iraniana Tasnim, Mousavi está contrariado com as denúncias israelenses sobre o estabelecimento de forte presença militar iraniana no sul da Síria, perto da fronteira com Israel.
“Eles [oficiais israelenses] deveriam baixar a cabeça e calcular quanto tempo ainda tem para viver. A entidade [sionista] irá durar menos que os 25 anos que poderia, pois o Irã vai destruir essa entidade com velocidade de um relâmpago”, bradou, insistindo no argumento de dentro de um quarto de século não haveria mais um Estado judeu.
Apelo à ONU
Como já fez em outras ocasiões, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deverá transmitir aos membros da ONU suas preocupações sobre a ameaça que um Irã nuclear representa ao mundo. O premiê se opôs ao acordo de Obama com o Irã e tem esperanças que Trump peça formalmente uma revisão dos termos.
Nesta segunda-feira (18), os iranianos acusarem os Estados Unidos de “dificultarem” a continuação do grande acordo nuclear multinacional de 2015, que teve apoio de Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha e pôs fim a mais de uma década de embargos por conta do programa atômico iraniano.
Após Trump ter sinalizado, na última quinta-feira (14), que Washington não aceitará o tratado atômico sem a supervisão adequada e que a negociação liderada por seu antecessor foi “uma das piores que já vi”, o aiatolá Ali Khamenei advertiu no domingo que Teerã reagiria fortemente a qualquer “movimento errado” de Washington no acordo nuclear.
“A atitude da América em relação a essas negociações e seus resultados é completamente injusta e equivale a bullying”, afirmou Khamenei em um discurso, acrescentando, em tom de ameaça: “Os americanos devem saber que não haverá recuo pela República Islâmica”.