Tuane Rocha afirmou em entrevista que foi “liberada” pelo seu pastor para desfilar nua.
O jornal Extra, das Organizações Globo, estampou em suas páginas a manchete “Nudez liberada pelo pastor” na edição desta terça-feira (14). A matéria, abordou o caso da passista Tuane Rocha, 34 anos, que sairá nua na avenida, desfilando a 10 metros de altura, como destaque no carro alegórico que fecha o desfile da Rocinha.
Mulher nua não é novidade no Carnaval, mas o “diferencial” seria o fato dela ser evangélica. As fotos sensuais que ilustram o artigo mostram que ela tem uma tatuagem com o Salmo 91 na lateral direita do corpo. A dançarina afirma frequentar há cinco anos os cultos da igreja Projeto Vida Nova, conhecida por ter um bloco carnavalesco dedicado à evangelização de foliões.
Ao periódico ela afirmou: “Demorei duas semanas para dar a resposta para a Rocinha. Pensei na minha filha, conversei com meu pastor. Como é um trabalho profissional, todos apoiaram. Não vejo como um simples exibicionismo do meu corpo”.
O fato de ser evangélica atraiu a atenção da mídia carioca para Tuane, que depois de 18 anos de Sapucaí afirma ser esse seu último desfile e que pretende se dedicar à carreira de atriz. Em entrevista a um programa matutino da rádio Globo, ela foi questionada sobre a posição da igreja e enfatizou que existia uma liberdade maior, onde não era proibido o uso da bebida alcoólica e que participava do bloco da Vida Nova, o Cara de Leão.
Enfatizou ainda que não estará nua na avenida, pois sairia usando uma calcinha. Pediu ainda que as pessoas se divertissem no Carnaval desde que tivessem “muita consciência”, lembrando de usar a camisinha para se prevenir. “Independente de religião, vamos nos divertir”, encerrou.
Contudo, a igreja não está dando a chancela alardeada pela mulata. Em nota oficial, o apóstolo Ezequiel Teixeira, fundador e líder da denominação, alerta: “Nenhum pastor da nossa Igreja autorizou. Pelo contrário, a igreja repudia a nudez no carnaval, assim como toda festa que cultua os deuses pagãos”.
Teixeira, que também é deputado federal e pauta seu mandato pela defesa dos valores da família, disse ainda que “Quanto a exposição da nudez, não há consentimento da igreja e muito menos daqueles que verdadeiramente vivem a Palavra”.
Ao que parece, a tentativa da Globo de estereotipar os evangélicos vai estar restrita às novelas. Na era da “pós-verdade”, os referenciais são enterrados no vale-tudo pela atenção dos leitores.
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