sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Cristã, vencedora do Masterchef não quer ser símbolo do feminismo

dezembro 26, 2016


Dayse, a vencedora da última edição do reality show gastronômico Masterchef, venceu o concurso na última terça-feira (13/12). A vitória, que segundo jornalistas representou uma vitória contra o machismo, se deu após a jovem permanecer na competição, mesmo em meio ao preconceito.
No entanto, em matéria divulgada pela Ilustrada, na Folha de S.Paulo, Dayse disse, com o troféu em mãos e no estúdio da TV Bandeirantes, que não pretende ser “símbolo do feminismo, porque não sou feminista”, afirmou. A jovem, evangélica, dedicou sua vitória ao pai e a Deus.
“Não esperava isso, tanto que as pessoas ficaram mais bravas do que eu mesma. Mas o importante é a forma com que você trata isso. Se não ligar, tudo bem. As pessoas compraram uma briga que nem era minha”, disse Dayse, que pretende quitar sua casa com o valor ganho no programa.
Enquanto era tirada de cena em meio a selfies, Dayse completou seu raciocínio. “A pessoa só é ofendida se ela se sente ofendida. O importante é ser quem você é”, completou a jovem.
Os discursos acerca da questão de gênero, evocados por nomes como a jornalista Ana Paula Padrão, que fez elogios a Dayse, não agradou os concorrentes do reality show. A mãe de Marcelo, concorrente direto da jovem na final, fez um desabafo. “Uma palhaçada. ‘Guerra dos Sexos’ é o nome do programa. Virou guerra dos sexos agora. Meu filho foi muito prejudicado. Ridículo”, afirmou, em texto divulgado pelo UOL.
O clima de disparidade também refletiu na vida de outros candidatos e na reação do público nas redes sociais. Dário e Ivo, por exemplo, foram chamados de “machistas” por parte dos telespectadores na internet, ao longo da competição.
A jornalista Ana Paula Padrão, no entanto, considerou a intensidade do debate como algo importante. “Quando você fala muito sobre um assunto, você tende a ver viés dele em todas as discussões. Às vezes, as pessoas veem machismo naquilo que não é. Mas isso não é ruim. É sinal de que a discussão está aí e as pessoas querem e precisam falar sobre isso”.

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